Blog elaborado com o propósito de inspirar soluções diferentes, criativas
e que compreendam (ou que ao menos tentem compreender)
os dramas que estão por trás dos processos judiciais.
Apenas para contribuir com as sentenças em versos, abaixo está o relatório de um crime em versos, feito por um delegado:
"Já era quase madrugada Neste querido Riacho Fundo Cidade muito amada Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranqüilo Até que de longe se escuta um zunido E todos passam a esperar A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura Desce um policial fardado Que sem nenhuma frescura Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade Narra a ele a sua verdade Que o prendeu sem piedade Pois sem nenhuma autorização Pelas ruas ermas todo tranquilão Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada Já iniciou o seu sermão Mostrou ao preso a papelada Que a sua ficha era do cão Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa Disse que não tinha culpa Pois só estava na garupa
Foi checada a situação Ele é mesmo sem noção Estava preso na domiciliar Não conseguiu mais se explicar A motocicleta era roubada A sua boa fé era furada
Se na garupa ou no volante Sei que fiz esse flagrante Desse cara petulante Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante Pelo crime de receptação Pois só com a polícia atuante Protegeremos a população
A fiança foi fixada E claro não foi paga E enquanto não vier a cutucada Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá A vítima, meu quase chará Cuja felicidade do seu gargalho Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas O inquérito me vem pra relatar Mas como nesta satélite acabamos de chegar E não trouxemos os modelos pra usar Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia Pois carrego no peito a magia De quem ama a fantasia De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão Esperando a próxima situação De terno, distintivo, pistola e caneta na mão No cumprimento da fé de nossa missão
Infelizmente ainda predomina o excesso de formalismos, sendo que no caso, como bem ressaltou o Del. Reinaldo L., o CPP não exige nenhuma forma específica, apenas que seja relatado o ocorrido, com todas as informações pertinentes...
Aliás, utilizando-se da analogia, se no processo em si existe aquela máxima de que se considera válido o ato praticado por outra forma, desde que alcance a sua finalidade e não cause prejuízo a qualquer das partes, é difícil compreender a rejeição a um relatótio (que atendeu a sua finalidade), apenas porque feito em versos, se nem mesmo forma específica possui...nãnãnã
Apenas para contribuir com as sentenças em versos, abaixo está o relatório de um crime em versos, feito por um delegado:
ResponderExcluir"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranqüilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada
Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população
A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão
Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011
Del REINALDO LOBO
63.904-4"
Taís.
Taís
ResponderExcluirCoincidentemente, soube hoje de tarde desse relatório em versos repetinstas e fiquei curioso para conhecer a sua integralidade.
Agradeço por vc ter enviado e inclusive vou transformá-lo em post.
Fiquei estarrecido ao saber que foi determinado ao delegado que fizesse outro relatório, pois esse atende muito bem ao objetivo da peça.
De todo modo, está de parabéns o delegado Reinaldo Lobo, por ter ousado e inovado, colocando um pouco de arte em um trabalho tão importante e difícil.
Infelizmente ainda predomina o excesso de formalismos, sendo que no caso, como bem ressaltou o Del. Reinaldo L., o CPP não exige nenhuma forma específica, apenas que seja relatado o ocorrido, com todas as informações pertinentes...
ResponderExcluirAliás, utilizando-se da analogia, se no processo em si existe aquela máxima de que se considera válido o ato praticado por outra forma, desde que alcance a sua finalidade e não cause prejuízo a qualquer das partes, é difícil compreender a rejeição a um relatótio (que atendeu a sua finalidade), apenas porque feito em versos, se nem mesmo forma específica possui...nãnãnã
Taís.