2 de novembro de 2011

Bisas: Noninha Adelaide Pissaia

Hoje vou fugir um pouquinho da temática do blog.
Acordei e lembrei de poesias feitas pela minha família
e então tive vontade de compartilhar agora aquelas
que falam sobre as minhas bisavós.

No início da década de 80 a minha querida avozinha fez
várias poesias. Por volta do ano de 2008 a minha mãe
as digitou e o meu tio criou um blog onde as postou.
Ainda as estou lendo. Dentre várias poesias lindas,
já encontrei três que falam sobre a noninha Adelaide.


Adelaide

Nome que soa como um bálsamo aos meus ouvidos.

Pequena, olhos azuis da cor do céu
De um dia ensolarado de primavera, cheio de perfume e cores.

Como eu gostaria que o tempo voltasse atrás para poder revê-la
E sentir sobre mim o teu olhar meigo e profundamente misterioso.

O tempo não volta, mas fica a marca das coisas boas e importantes em nossa vida
Como é a lembrança que tenho da tua bondade.

Os momentos de dor, tristeza e desamparo
Ao teu lado foram menos doídos,
Mais suportáveis e aconchegantes.

Minha lembrança, amor e gratidão eternos a você,
Adelaide. 

Laura Gondro Vidolin
 

Caridade

Quando criança me admirava de minha mãezinha!

Como podia, pensava eu,
Tão pobre ser e alegre viver?

Já bem cedo eu escutava
Que com o sabiá falava e o rádio ligava,
A todos com um sorriso tratava.

Nunca vi alguém que à casa chegasse
E ao menos um pequeno agrado
Em suas mãos não levasse.

E eu assim pensava,
Eram eles que deveriam trazer algo para nos oferecer,
Pois éramos pobres, nem sapatos eu podia ter.

Por que tantos aqui vêm em procura de algo
E não trazem nem um vintém?

E ela alegre vivia,
Sempre a dedicar-se a alguém.

Agora é que compreendo o porquê de sua felicidade e alegria,
Porque ela era rica, mas rica de verdade.

Daquela riqueza que só traz felicidade,
Pois ela é a caridade.


Laura Gondro Vidolin (31 de outubro de 1983)



Emoção

Mãezinha,
À minha lembrança vem
Quando pela primeira vez,
Singela homenagem te ofertei.

Eram pratos e xícaras,
Comprados com as economias do meu trabalho,
Para a tua pobre e escassa cozinha.

Ainda me vem à lembrança a tua emoção,
Quando em tuas mãos depositei
O meu agrado com todo o carinho.

Vendo os teus olhos marejados de lágrimas,
Eu também quase chorei.

Meu pensamento muitas vezes vaga ao passado
Buscando nas suas lembranças,
As pequenas emoções por que passei.

Laura Gondro Vidolin (28 de outubro de 1983)

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